Por que investir em Continuidade de Negócios (GCN) em um mundo multicloud e multiplataformas com alta disponibilidade? Por que investir em GCN em um mundo com cópias de segurança online e automáticas? Porque o mundo não é só alta disponibilidade, e provavelmente a alta gestão ainda não entende o que é a Gestão da Continuidade de Negócios de verdade e seu valor para o negócio e para os investidores.
A Continuidade de Negócios é uma parte da gestão empresarial moderna, ou melhor, da Governança Corporativa e da Governança de Riscos, que tem por objetivo diagnosticar tecnicamente riscos e dependências para minimizar perdas. Portanto, trata-se de business e não de tecnologia. Sabemos que os negócios atuais são 90% tecnologia, automatizando processos, estratégias de marketing, vendas, atendimento, suporte e serviços.
Mesmo assim, negócios são mais ou menos resilientes por vários motivos:
- Oportunidade de mercado;
- Demanda;
- Inovação;
- Resolução de problemas;
- Preço;
- Novidade;
- Serviços essenciais para uma determinada finalidade, como por exemplo Saúde;
- Riscos ou a falta de gerenciamento técnico deles.
A resiliência é uma condição que os negócios têm, e sabemos que correr riscos faz parte dos negócios. Portanto, podemos antecipar cenários de crise, gerenciar os riscos e estarmos preparados para minimizar perdas.
Quando investimos, queremos solidez, força, inovação e algo que possa render mais e gerar mais riqueza. Fundos ou investidores individuais são sensíveis às redes sociais, TVs, as decisões de governos, e em um mundo de fake news isso é um risco a mais.
Demonstrar ao mercado que na estratégia de Governança e Gestão de Riscos utiliza-se de forma correta a Continuidade de Negócios, pode ser o diferencial de valor para um Valuation (M&A) ou o diferencial para investimento de um fundo ou grupo de pessoas que buscam as informações corretas nos websites ou na internet.
Normalmente quando invisto ou auxílio alguma empresa, oriento a buscar informações no website (relação com investidores), relatórios de auditorias, informações das seguradoras que assessoram aquele grupo e histórico de crises e/ou desastres para analisarmos a inércia ou falta de preparo e condicionamento para enfrentá-las.

Assista ao webinar “Gestão de Continuidade de Negócios – Teoria e Prática aplicada a casos reais”, Camila Ishikawa, Latin America WBCM leader e Fernanda Munim, Banco BV, Gerente de Crise, Continuidade de Negócios e Governça de SI
O valor de uma BIA - Business Impact Analysis
Um dos diagnósticos mais importantes de um Programa de Continuidade de Negócios é a Análise de Impactos no Negócio ou em inglês: a BIA. Ela é um processo que é estabelecido e revisado anualmente (ou quando se tem uma mudança significativa no negócio) e serve para:
1. Entender os processos de negócios ou linhas de produtos e serviços;
2. Identificar, classificar e compreender os ciclos do negócio e os tempos necessários (RTO, RPO etc.);
3. Identificar e quantificar os impactos (financeiros, operacionais, legais ou de imagem) causados pela interrupção dos processos ao negócio, quando interrompidos;
4. Entender a dependência de pessoas, tecnologias ou até mesmo de fornecedores que os processos de negócios têm;
5. Servir de base para compreendermos os tempos X processos de negócios (e o que entregam) X impactos ao negócio, e assim definirmos um apetite de riscos para tratamento e análise de estratégias de continuidade para Pessoas, Processos e Tecnologias.
Algumas perguntas importantes para a Alta Administração e/ou investidores fazerem às empresas
1. Quanto investimos em Continuidade de Negócios anualmente? (Budget) E o que protegemos de fato? Quanto isso melhora nossa resiliência? Testamos e validamos isso? Nota: Empresas certificadas na ISO 22301 são auditadas anualmente;
2. Nossos parceiros sabem o que é a GCN? Têm Planos de Continuidade? Eles sabem o que fazer se nossa empresa declarar uma situação de crise e acionar nosso Plano de Continuidade (PCN)?;
3. Temos contratado, ativado ou configurado os recursos de Continuidade (DRP) nos serviços de Cloud (infraestrutura e serviços em “nuvem”)? Nossas equipes de Cloud, Devops, etc. sabem o que é isso e como usar adequadamente?;
4. Como mostramos isso para nossos clientes, acionistas e investidores? Como usamos como vantagem competitiva e valor?;
5. O quanto isso está forte em nossa governança?
Em algumas empresas multinacionais, o engajamento e participação de executivos em exercícios simulados de ativação do PCN impacta o PLR (Participação nos lucros e resultados) e até bônus anuais. E o percentual de PLR das equipes e lideranças táticas também é medido através de indicadores e participação ativa no desenvolvimento e exercícios.
Dicas para a implementação da Gestão de Continuidade de Negócios
1. Leia a ISO 22301 e a ISO 22313;
2. Busque ainda mais informações relevantes no DRII – Disaster Recovery Institute (USA) e/ou BCI – Business Continuity Institute (UK);
3. Invista tempo e engajamento da liderança para um programa de Continuidade de Negócios corporativo, com uma Política de Continuidade de Negócios. Defina o apetite de riscos (aplicado a GCN) e invista na resiliência como valor;
4. Entenda o negócio – invista e realize uma Análise holística de risco e uma BIA;
5. Discuta e crie estratégias para pessoas, processos e tecnologias;
6. Crie e implemente (governança) planos de continuidade para os processos críticos, tecnologias críticas (incluindo também automação industrial – T.A) e fornecedores críticos;
7. Melhoria contínua – através de auditorias, controles internos, exercícios e testes periódicos, bem como indicadores e métricas (OKR, KGI, KPI) da GCN para medição.
Para os profissionais da área de Gestão de Riscos e Continuidade de Negócios.
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